segunda-feira, 2 de abril de 2012



 

Códigos e olhares...
O bom das correntes filosóficas do século XX, por uma série de razões que poderíamos debater num ambiente oportuno, é que repõe o ato de pensar na imersão da vida. E os relacionamentos fazem parte dela. Mas isso os românticos já tinham percebido, não há mérito algum. Mas se essas repõem o pensar na imensidão do Eu ou da Natureza, os existencialimos do século passado(o século que nascemos se você tem mais que 12 anos e, provavelmente o tem), nos lembra de nossa imersão no “mundo”.
Relembremos Merleau-Ponty, filósofo francês. Este autor, que nos aponta para o primado da percepção, a reabilitação ontológica do corpo, sobre a importância deste para o conhecimento, sobre a linguagem e a expressividade, sobre a o corpo e a linguagem...tem em seus ensaios sobre a obra-de-arte coisas que fazem pensar sobre a vida como um todo, nos relacionamentos...( caso tenha interesse leia “A Fenomenologia da Perceção" de Maurice Merleau-Ponty)
Se ele estiver mesmo certo, e toda obra de arte só possa ser entendida em sua imanência, ou seja, o sentido de seu potencial expressivo estiver mesmo presente nele, seres-humanos são obras de arte. Quero dizer com isso que a única forma de entender um quadro, uma sinfonia, um filme, uma peça de arte é me dispor a “escutar” o que ela tem a me dizer, ou melhor, deixar que ela me ensine a te apreender.
Pessoas são obras de arte pelo fato de estarem num mundo tão vasto, mas serem em si mesmas um “mundo”. E isso significa dizer que eles estão isolados, restritos? Não, eles compartilham de linguagens comuns, mas cada tem um tem sua própria história, experiências, medos, inseguranças e formas de amar.
Como compreender, então, qual a forma de expressar afeto da pessoal a qual me encontro? Bem, não temos receita de bolo alguma, mas há algo a ser feito...perceba as cores desta obra-de-arte, os sons, as expressões, a tonalidade da voz, o toque e olhar...nele estão os códigos para entender todos os seus códigos...


Por Diogo Ramos